Ilusão
3 de novembro de 2006
Hora do cafezinho da manhã. Esplanada molhada, chapéus de sol a fazer de chapéus de chuva. Empregadas rápidas nos passos e nos movimentos porque os aguaceiros são fortes e vem lá um, já já.
Os clientes devem ser doidos pois estão lá fora com bebidas e bolos à chuva.
Há gostos para tudo, sem dúvida...
Aquele ali, lê um livro e, quando muda a folha, já está toda molhada.
No balcão comentam que o pagamento adiantado foi uma boa "invenção".
Dentro do café está quentinho e acolhedor, sem dúvida.
Lá fora... bom... olhando melhor, deve ser já Natal.
É que o chão está rosa, molhado de água rosa.
A chuva é toda rosa e forma um cone, com bico para o céu e base cada vez mais larga, na dita praça onde fica o café.
As gotas de chuva brilham e reflectem as cores dum arco-íris que se formou no céu.
As pessoas ficaram paradas como estátuas.
O sol apareceu e clareou o céu, as ruas, a praça - tudo. Como é costume.
Tudo brilhava agora à luz do sol. E todos continuavam estáticos.
O sol vai outra vez para trás doutra nuvem. O brilho esvanece.
As pessoas como que acordam para a sua rotina.
A praça volta ao movimento habitual, sem que ninguém recorde a quebra no dia, no tempo.
E será de recordar? O que é vulgar já não causa espanto a ninguém.
Tudo ilusão, já se vê!
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home