Amigos
2 de novembro de 2006
Um amigo de outro. Aquela amizade de confiança simples.
Daquelas coisas de oportunidade. Tudo é bom até prova em contrário.
Da parte do primeiro, a facilidade da conversa de quem não tem nada a esconder.
Tanto fala do tempo como da família.
Sempre na confiança do dia-a-dia, da compreensão por semelhança.
Na semelhança de culturas, sociabilidades, princípios, etc.
O outro, menos falador das suas coisas e tentando sempre observar o primeiro, em todos os pormenores.
Horários, referências de emprego, da família, da morada, do telefone, dos hábitos de todos lá de casa.
Enfim, conversa sãs e malsãs. Conversas sem finalidade e conversas com interesse.
Chegam as férias e, nessa altura, afastam-se por força das circunstâncias e as conversas deixam de existir.
O povo diz, com toda a sabedoria, que a verdade vem sempre ao de cima.
Qual não é a surpresa do primeiro, ver o amigo a revistar-lhe a casa. A revistar-lhe as coisas.
De espanto em espanto, acaba por perceber e confirmar os modos familiares do amigo serem tão diferentes do que parecia e dizia.
Afinal, quão diferentes são. Quase extremos.
O mal-estar instala-se com a desconfiança crescente.
Os budistas falam das egrégoras e das suas energias, bem ou mal administradas.
Muito razoável essa ideia e, na nossa companhia, devem estar pessoas bem conhecidas.
Os piores encontros são os que melhor parecem se não forem analisados com paciência e prudência.
Famílias podem ficar em risco. Não há idade para seleccionar.
Os amigos são-no na prova das situações felizes e das infelizes.
No rodar dos tempos, anos até.
A amizade é um bem precioso a preservar.
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