Sabedoria Ameríndia # Preceitos de Vida
A terra é tua antepassada. É sagrada. Deves respeitá-la, agradecer-lhe o alimento e a alegria de viver. Se não vires nenhuma razão para lhe agradecer, é em ti que está a falta.
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A paz nunca chega de surpresa. Não cai do céu como a chuva. Vem ter com quem a prepara.
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O teu próprio espírito não está preso, acorrentado dentro de ti mesmo. Sem que tu saibas, comunica com a natureza subtil dos seres e das coisas. Desloca-se a grandes distâncias, fala nos teus sonhos, envia-te sinais que não sabes traduzir. Aprende a ler no teu espírito, e o Grande espírito do universo responder-te-á.
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Não renuncies nunca a amar, apesar dos desgostos e da aridez do coração. O amor é a grande força que sustenta o universo; sem ele, o mundo viveria um inverno perpétuo.
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Quando se desce muito fundo no interior de si próprio, desemboca-se inevitavelmente na imensidão do mundo. Pode-se facilmente tomar o lugar de uma árvore, de uma montanha, de uma folhagem que respira, tornar-se o voo do pássaro ou o perfume de uma flor. Tens em ti o poder de experimentar as possibilidades espantosas da natureza, pela experiência interior que nos leva ao centro de todas as coisas.
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Quando recorres à meditação, lembra-te que ignoras tudo de ti mesmo. Prepara-te como que para um grande encontro. Vais mover-te num território sagrado, encontrar espíritos dominadores, animais de poder, a alma dos teus antepassados e a de todos os que te precederam no caminho da vida. O espírito do homem é um abismo de pura luz, que se estende pelo infinito do corpo e que atravessa todas as idades.
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Durante o teu sono, estás noutro mundo, dentro do teu corpo, num território imenso de horizonte ilimitado. Aprende a sentir esta vertigem, esta visão de infinito no teu próprio corpo. Transforma-te no universo inteiro.
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O sonho não está encerrado no cérebro de quem dorme. O sonho escapa-se, como o vento sobre a pradaria, e desloca-se por vastas extensões. Quem sonha, não dorme. Viaja.
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Oração ao Grande Espírito: " Ó Grande Espírito, de que oiço a voz nos ventos e cujo sopro dá vida a todas as coisas, escuta-me... Faz-me sábio, de modo que eu possa compreender o que ensinaste ao meu povo e as lições que guardaste em cada folha e em cada rochedo. Peço-te força e saber, não para ser superior aos meus irmãos, mas para ser capaz de combater o meu mair inimigo, eu próprio."
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Preceitos de Vida dos Índios da América do Norte
in "Sabedoria Ameríndia"
com organização de Jean-Paul Bourre
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