Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-06-08

O som do silêncio

8 de junho de 2007

- O som do silêncio…
- O quê?
- O som do silêncio era o título de uma canção, quando eu era nova. E só ia acrescentar que silêncio... não tem!
- Aah!
- O silêncio não tem som, pois não?
- Não! Isto é, o meu não tem! Mas o que geralmente isso quer dizer é que ao fazer uma auto-reflexão ou meditação (assim chamada por muito boa gente que confunde os conceitos, mas enfim…), se encontra o silêncio na nossa mente.
- Ou seja… ná, não entendo muito bem. Podes explicar melhor? Não, vendo bem, dá é exemplos, que percebo melhor!
- Então imagina-te num local que gostes, por exemplo o teu lugar preferido na praia, ou num jardim, ou num passeio pelo campo, num rio, sei lá… tu é que escolhes.
- Um lugar da natureza, é isso?
- Não é obrigatório mas dá mais jeito, lá isso dá. É que a natureza é o ambiente que troca mais energias connosco, libertando-nos das nossas preocupações e transmitindo-nos a sua pureza enquanto natureza tranquila.
- Já escolhi! É numa praia cheia de sol e água azul com ondas a meia altura e cheias de espuma. E as ondas vêm a rebolar desde o horizonte até à areia muito bege e limpa.
- Pronto! Então imagina-te aí e tentas observar todos os pormenores: os grãos de areia mais grossos ou mais macios, a areia molhada, a água suave na orla da praia, a água toda até ao horizonte e tudo iluminado pela luz forte do sol.
Imagina-te aí parada a respirar, a respirar calmamente, sempre pelo nariz e tentando sentir os cheiros dessa praia até serem tão fortes que te convences que estás lá.

Um dia… no meio desses pensamentos organizados, vais sentir que estás parada na paisagem mas como se estivesses também parada nesse céu da praia e no tempo. Como se toda a paisagem parasse, estática, para ti.
Nesse instante, encontraste um silêncio muito especial.
Guarda-o bem na lembrança e tenta repeti-lo.
- Só isso!?!
- Só! Mas é um «só» do tamanho do céu.