Velhos
27 de setembro de 2006
Por um corredor em penumbra, pesos nas mãos das compras, chegam em grupo de família - diferentes gerações - junto dos mais velhos.
Muito velhos, mais de oitenta anos bem vividos e bem gastos. Os seus corpos são um espelho disso mesmo.
Muitas viagens, muitas mudanças de casa, de cidade e até de país. Muitas caminhadas, muitos empregos.
Muitas ralações e oh! muitas, muitas alegrias. E são estas as que perduram.
As boas recordações são as que lhes enchem a cabeça e o coração de lembranças.
Mas, por vezes, percebem a comparação com o seu estado presente. Nessa altura os mais novos mudam rapidamente a conversa e a alegria volta aos seus olhos.
A fina educação mantém-se e torna-os diferentes de outros da mesma idade, porventura mais rudes.
As falhas de saúde no entanto aproxima-os e o convívio torna-se mais fácil.
A solidão será um problema de coração ou de alma...
Até um dia que amanheça diferente, os dois estão juntos e mais próximos.
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