O infeliz
20 de setembro de 2006
Um campo cheio de neve. Montanhas cheias de neve.
Pessoas, até aldeias de pessoas sacrificadas no rigor da natureza e das suas vidas.
Um céu azul estonteante de brilho.
A vida rotineira que leva as pessoas de um lado para o outro. Uns trabalham de mais, outros de menos.
Está quieto, a olhar para o céu e balbuciando palavras incompreensíveis, um miúdo paraplégico.
Observando melhor, não é um miúdo. É um adulto cheio de ursinhos de peluche e uma almofada em coração.
A sua cara é de adulto e o tamanho parece ser também. Mas encolhido como está e magrinho de fazer dó, faz que se confunda com uma criança.
O que espanta é a alegria e vivacidade do seu olhar e o modo como mexe a cabeça - nos movimentos possíveis.
Noutro lado, ouvem-se lamentos sobre falta de saúde e dos aborrecimentos da fisioterapia necessária à cura.
Não sei qual é o mais infeliz!
Que fazer deste hábito que os mais saudáveis têm de se queixarem de pequenas falhas na sua saúde. Às vezes é só espreitarem a sala ao lado e compararem...
O sol brilha agora em todo o lado.
Haja quem o saiba apreciar.
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