Como nos filmes
18 de setembro de 2006
Praia de águas sujas - lixos da maré. Lixos dos batéis de pesca.
Nevoeiro denso que, aos poucos, se transforma em chuvinha. Cola-se à pele e arrefece-nos.
Escolhe-se caminhar, ou camisola ou casaco e ficar quieto na praia.
Com a manhã alta, o sol dissipa o nevoeiro e ficamos com bruma e sol suave ou morno.
Da bruma chegam à praia, em muito mau estado, antigos pescadores, marinheiros e muitos piratas (tal e qual como nos filmes) e até canibais.
Trazem lanternas de ferro, muito velhas e enferrujadas.
Passam por nós, caminhando na mesma areia. Dirigem-se directamente para a serra (que fica atrás da praia) com alguma pressa.
Têm ansiedade e desilusão no semblante e no olhar.
Aí, logo no começo da subida, começa a desenhar-se uma rampa muito inclinada, como uma estrada só para eles. O grupo pára e entreolha-se...
Voltando-se, perguntam-nos se aquele caminho é especialmente para eles.
Pois, tudo indica que sim, que ainda agora não existia ali nada disso.
Dizem-nos então adeus muito sorridentes e agradecem com as lanternas, que se acendem sózinhas.
Conforme se afastam, são envolvidos por outra névoa - uma nuvem cheia de luz.
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