A bordo
22 de setembro de 2006
Uma família à espera no meio de um deserto agreste - de clima, solo, insectos e animalejos esquisitos.
As crianças choram aflitas. O pai tenta proteger com a sua sombra, que é a maior de todas.
De todos os lados surge algo que não lhes deixa refúgio.
A coragem e a esperança são o estandarte do pai e o seu exemplo vivo.
Mas o tempo ali parece alongar-se em eternidade.
A aflição instala-se e até o pai, sempre tão sereno e corajoso, parece transtornado.
Do céu alaranjado e transmitindo um calor sufocante, vem uma espécie de helicóptero.
É bastante maior que o habitual e mais redondo, quase um círculo.
Puxa-os a todos no meio da sua ventania de poeira. Não tem condutor.
Está limpíssimo, brilha em tudo - desde os assentos com costas à periferia - formando outro círculo concêntrico e interior ao da forma do dito helicóptero.
Todos a bordo por aspiração ou coisa semelhante e, logo de seguida, a boa velocidade galgando o que parecem ser vários céus.
Têm cores diferentes. Um deles tem uma muralha e um portão com guarda que parece esperá-los.
Efectivamente, param e saem. O chão brilha de milhares de estrelas.
Ah! eles estão a brilhar também pela firmeza de carácter.
São luz de luz .
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