Beatitude
23 de setembro de 2006
Pela tampa de uma cápsula saem pessoas. Vão seguindo uns aos outros, agradando-se do sol e da brisa a céu aberto.
Há quanto tempo viajariam ali fechados...
Estão todos com ar débil mas apenas querem sentir o ar fresco.
Não querem comer nem beber. Nos seus olhares paira uma névoa, como se fossem cegos. E, no entanto, distinguem as coisas conforme se apresentam.
Doutro lado da paisagem forma-se um arco-íris.
Os pássaros e toda uma vegetação florida alegra o ambiente. Apetece rebolar naquele solo.
Toda aquela gente segue instintivamente as cores e a alegria que elas comunicam.
Afinal eles também não sabem onde estão. E isso não parece afectá-los.
A questão, para eles, resume-se no seguinte: estavam mal e agora estão melhor.
Querem, isso sim, tudo sobre as regras de comportamento e de trabalho.
Acima de tudo, querem ser felizes.
Seguir afinal o instinto de todo o ser vivo: viver em beatitude.
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