Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-06-23

23 de junho de 2006

Almoço! Está na hora de acordar.
Cuidado que está ao contrário na cama. Isso... a cabeça já está na almofada.
- Trouxe o almoço. Está preparado para comer?
Ah, é verdade, falta subir a cabeceira da cama. Pronto... melhor.
- Vou dar a sopa. Tem bocadinhos pequenos de cenoura e salsa, portanto o que encontrar é para mastigar. Isto se gosta de cenoura e salsa.

O prato, hoje, é de peixe com três qualidades de puré: batatas, cenoura e bróculos.
A seguir a fruta.
Os remédios já foram.
Está muito calor aqui. O melhor é abrir a janela.
Tudo ficou como meia hora antes. Como se não tivesse acontecido nada.
A droga ultrapassa a vida.
A vista foi-se ou já não era. Os olhos são lindos, castanhos e até têm algum brilho.
De raça indiana. Deve ter sido um homem bonito.
Agora fica-se inerte até o suor, que escorre sempre, o empurrar para mudar de posição.
Está ligado à cama e ao hospital.
As drogas da rua adoentaram-lhe o corpo ainda jovem - trinta anos, talvez.
Tudo nele parece adormecido - sem memória.
Mas à minha saída diz, sem mexer:
- Obrigado, estou bem...