Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-03-31

31 de março de 2006

Parada no meio da nuvem branca, vem às minhas mãos uma rosa branca com rebordos rosa, em barro, sustentada por arame preso numa base igualmente de barro, mas totalmente branco.
Oscilando vai tornando-se, lentamente, numa rosa fresca.

Um perfume que me lembra tempos passados. Muito no passado! Enche-se de aromas o ar.
A música toca e a rosa oscila e eleva-se até se tornar transparente e invisível.
Eu também estou a oscilar e vejo-me a subir perto dela. E ao subir torna-se dourada antes de desaparecer nas alturas. Cada vez maior e mais linda.
Talvez se dirija a Deus.

****************
Muitos falam de Deus.
Alguns falam com Deus.
Poucos sabem calar-se diante de Deus
para que Deus lhes possa falar - poucos sabem orar.

2006-03-30

30 de março de 2006

Subindo a colina cheia de flores do campo entrei em casa. Na mesa foi surgindo um arranjo de flores campestres em tons de terra e semeado com as mesmas florzinhas da encosta.
Da fonte corria água que os pardalitos aproveitavam para beber.

A brisa, ah! a brisa suave e perfumada entrava em todos os recantos e espaços da casa e da alma.
Inebriante o perfume da paz e da harmonia com a natureza.
Tudo está bem quando está perfeitamente certo.
Olhando em redor apercebo-me do que é realmente importante: estar em paz comigo e com a natureza em equilíbrio que me rodeia.
O resto, logo se vê - agora é tempo de felicidade.
Mais tarde será para levar a vida - já agora cultivando esta paz o mais possível. E arrastando todos estes sentires para todos as horas.

Cada dia mais equilibrado e o mais verdadeiro que se possa.
E as flores rodopiaram no ar.
E voltaram a quedar-se na terra da colina, viradas para o céu.
Lindo céu azul!

2006-03-29

29 de março de 2006

Da queda de água limpa, limpíssima, sem formar vapor ou espuma mas encaixada entre rochas pouco altas. Cheias da frescura, junto de variados tons de verde e de árvores altivas, caíam flores de muitas cores.
Pareciam mergulhar na frescura da água em torrente. Misturava-se tudo e pacíficamente corriam depois em leito transparente.
Até as margens aspiravam os perfumes que as águas transportavam.
Um homem com ar grave ou preocupado apareceu. E a queda de água e as suas flores transferiram-se para a sua beira, banhando-o como se estivesse por baixo de uma fonte.
Lentamente foi percebendo da sua situação e sorriu da sua limpeza cristalina. Com modos mais confiantes sentou-se pensativo.
Tudo poderá sempre ser melhorado e para isso basta por vezes uma mudança de atitude, para o que está mais perto e nem sempre é totalmente aproveitado, por isso mesmo.
Descansada a mente, as flores criaram raízes e são já nenúfares. Um jardim na água limpa, limpíssima a deslizar para o infinito.

2006-03-28

28 de março de 2006

Junto à fonte as abelhas queriam beber a água que jorrava tão fresca.
Borboletas volteavam as abelhas e fugiam pelos ares enchendo os nossos olhos com as suas cores no fundo azul do céu.
O céu então, ficou verde esmeralda e dividiu-se em dois na vertical - como um e o seu reflexo.
Era o céu ou cataratas de água.
No meio, na linha de reunião dos dois aparece uma esfera de luz.
Forma-se então uma tríade. Qual das partes a mais linda.
Brilha o deslumbramento de quem presencia.
Pássaros voam em todas as direcções.
Vem aí a primavera.
A primavera da alma. De todo o ser.

***

A felicidade advém da paz de espírito.
Da serenidade conquistada por muita disciplina interior.

2006-03-27


27 de março de 2006

Ah, as rosas! brancas, amarelas, rosas rosa, chá, roxas... flores lindas.
Em botão ou abertas a desfolhar. Sempre lindas, espalhadas pelo chão e pelo ar a voar.
Numa mesa alta está a escultura duma cabeça, cabelos no rosto e no pescoço. Vai tornando-se branca e dourada.
E desfaz-se no pó - a cabeça e a mesa.
Fica uma rosa cintilante e dourada. Enorme e mesmo assim faz-se cada vez maior.
E transforma-se numa mulher.
As lágrimas correm em fio pela face. Será que Deus conta mesmo as lágrimas das mulheres?
Das lágrimas nasceu uma luz. Ai, que luz!

2006-03-26

26 de março de 2006

Foi necessário ter perdido tudo
para chegar à perfeição enorme
de não poder perder a confiança.
Já com riquezas vãs me não iludo.
Sei por fim que sou rico simplesmente
das coisas que deixaram de ser minhas.

de Sebastião da Gama



2006-03-25


25 de março de 2006

Um campo de girassóis bem castanhos no centro, enormes e amarelo forte nas pétalas. Todos olhavam para mim.
Mas eu não era o Sol. Afinal era só por curiosidade, para observar quem os visitava tão cedo.
Pois... logo se viraram mais para o lado - para o Sol mesmo.
O seu amarelo clamava, de algum modo, a importância da sabedoria, como aliada na vida ao progresso. A integridade ajuda a localizar a realidade no ser.
E os girassóis balançavam suave. Então o que falta ajustar?...
Pois... o equilíbrio tem que estar presente tanto nas forças como nas qualidades. Tanto na harmonia como na suavidade da brisa.
O ar fresco balançava também o perfume dos girassóis. O sol também entrava amarelo no coração rosa, abraçando-o.
A vida é sempre um conjunto de coisas - ou de miudezas - com a importância que o céu lhes dá.
Hoje trago o perfume dos girassóis para o resto do dia.
E mais uma "dica" para a minha vida.

2006-03-24


24 de março de 2006

Desenhou-se um botão de rosa-chá no céu, a caminho do sol, que ficou pousado - quase escondido nas sombras. Foi surgindo uma luz ténue no espaço entre ele e eu.
Essa luz transformou-se numa estrada larga. E cada vez mais ampla e de luz mais forte.
Queria que o sol aparecesse completamente. E subisse no céu ainda escuro.
E eis que de repente ele emerge e sobe. Ilumina-se então tudo em redor do astro-rei.
Mais e mais luz que ilumina até debaixo dos pés. Até onde a vista alcança - para baixo, para os lados, para cima. .
Cai água não sei de onde. E vai embora não sei para onde também.
O que é importante é que tudo é luz. A rosa abriu e lança estrelas a brilhar para o alto.
Apetece ficar assim para sempre.
Parece o anunciar de algo maravilhoso que se pode alcançar para sempre.
Será que podemos mesmo mudar o mundo com os sonhos?

2006-03-23


23 de março de 2006


Na escuridão apareceram milhares de luzinhas que formaram uma figura feminina e à sua volta foram surgindo reflexos de luz. Cada vez mais forte brilhou tudo o que a envolvia até ao mais longe que a vista alcançava.
Outra figura semelhante a um anjo, grande, em cristal tão transparente estava mesmo ali, segurando a minha mãe na sua cadeira de rodas.
E devagarinho ela acordou, sorriu e ajudada por ele, levantou-se.
Muito mais lentamente ainda tentou aguentar-se de pé - sempre hesitante. Ficou direita finalmente, mas sem grande firmeza e como sem acreditar sequer nessa possibilidade. Contudo, sorria...
Aquele sorriso sereno que tanto gosto de lhe ver - parece sempre um bálsamo para mim.
Nos piores momentos tento sempre lembrar-me do seu sorriso. Dá-me esperança. Esperança de luz divina.
O anjo levantou-se também, cheio de luz algo dourada e branca, algo transparente. E transformou-se numa estátua ali ao lado dela.
A minha mãe ficou inquieta, mas continuava a sorrir para mim.
Não sei se consegui agradecer com tanta surpresa. Mas agradeço agora e peço a Deus que me inspire sempre esta fé e maior Fé a cada dia. Pois a Deus tudo é possível.


2006-03-22

22 de março de 2006


No meio de nada, vestida multiflores - brancas / violetas / rosas / lilases / amarelas - lançava no espaço, sem cessar, chispas de pontos luminosos dessas mesmas cores, como formando nebulosa colorida à procura do seu sol central.
E de repente, numa espécie de raio rosa chegaram lá - ao outro sol que esperava a sua visita, assim... do nada.
E na mesma praia de sempre, na curva descendente, eleva-se um novo sol. Brilhante e a iluminar toda a paisagem com luz forte, ampla e brilhante, quase incandescente.
E tudo ficou limpo e brilhante à semelhança da sua luz.


Smile though your heart is aching
Smile even though it’s breaking
When there are clouds in the sky,

you’ll get by...
If you smile
through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll see the sun come shining through
for you...

cantado por Nat King Cole

2006-03-21


Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem alinhamento nem com política, nem religião, nem crenças, nem sociologias ou outras mais.
Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos.
Alguns poemas ou textos. Algumas imagens ou fotos vão aparecer de quando em vez..
Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.




A vida é o dia de hoje
A vida é ai que mal soa
A vida é sombra que foge
A vida é nuvem que voa
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o futuro se esvai
A vida dura um momento
Mais leve que o pensamento
A vida leva-a o vento
A vida é folha que cai !
de João de Deus




Que todos os seres providos de sentimento
sintam felicidade e tudo o que causa felicidade
Que todos os seres providos de sentimento
estejam livres do sofrimento e de tudo o que causa sofrimento
Que todos os seres providos de sentimento
nunca sejam impedidos de sentir a felicidade que não conhece o sofrimento
Que todos os seres providos de sentimento
vivam em serenidade, livres do apego e do ódio que atrai algumas pessoas e afasta outras.
de Dalai Lama


Quando o servidor está pronto
o serviço aparece
de F.Cândido Xavier


Um dia uma criança...
perguntou no meio de um sorriso
o que é preciso para ser feliz?
Amar como Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus sorria
E ao chegar ao fim do dia
sei que dormiria muito mais feliz!
in Amar como Jesus amou



21 de março de 2006

À beira da água baixinha e azul clara, transparente, deixando ver a areia e plantas do fundo. Estava eu e comecei a caminhar pela água dentro. A água fez um rêgo e conforme punha os pés os lados afastavam-se como ondas suaves, diria mágicas, para o lado esquerdo e direito.
Caminhei direita ao horizonte e lá perto o sol que brilhava subiu e encheu o céu de luz clara. Eu subi também no ar e passei a encosta verde que me levou a casa.
Uma casa térrea, sem portas nem janelas. Mas com entrada ampla e aberturas desafogadas.
Na mesa branca, como o resto do mobiliário, abriu a rosa da esfera, aberta em duas meias-esferas.
No alpendre abriram as trepadeiras, hoje azuis. A pequena fonte de água transparente e "brilhante", jorrava.
As minhas lágrimas de emoção rolaram quando me sentei. E as florinhas delicadas da encosta abriram e voltaram-se para mim. Em suaves acenos...