Papéis
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A saída de casa foi ás 8.000 horas e o regresso às 17 e tais.
Uma dor de cabeça monumental e a roupa suada foram o rescaldo.
Os papéis, mais do que a conta para os pagar, foram aumentando conforme foram sendo transferidos de mão em mão ou entre secções e repartições.
Das finanças passaram novos papéis para entregar na conservatória, e por aí fora de modo semelhante.
As regras vão mudando conforme normativas governamentais e os empregados vão decorando as novidades e explicando-as a quem lhes duvida o profissionalismo.
Em paralelo, pensamentos e desejos em excesso vão alterando qualquer cabeça, pretensamente equilibrada, porque a espera e a sensação de que falta sempre qualquer coisa não ajudam à saúde mental.
Por todo o lado o ar de cansaço e, por vezes, sobem no ar palavras ditas com a exaltação de quem desespera a olhos vistos.
E continuam a ressoar pensamentos “obtusos” – de tão loucos, como irreais – que atrapalham o ambiente.
A insatisfação poderia tomar um lugar de destaque entre todos se alguns sorrisos, e ditos bem-humorados, não se impusessem.
Porque será que as pessoas, na grande maioria, querem o que não devem, ou não podem, em vez de querer aproveitar aquilo que têm – e, por vezes, bem melhor do que aquilo que desejam?
Talvez facilitasse viver e deixar viver a vida… talvez…
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