Descanso
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Alguns casais estão à beira de um rio que corre em margens rasteiras, de areia sem fim.
O sol está forte e torna a areia muito amarela.
Eles vêm de longe e de várias direcções. Alguns de mão dada, outros quase separados.
Olhando na direcção deles, vê-se uma mulher no rio, as pernas na água. Ela olha para baixo, para os pés.
Observa, muito admirada, o sangue que sai deles e que vai manchando a água.
A água do rio é cristalina e notam-se perfeitamente os veios de sangue que saem dos pés.
A admiração prende-se com o facto de não ter qualquer ferimento.
Conforme os casais se vão aproximando e juntando-se a essa mulher, ela começa a sangrar cada vez mais.
Alguém lhe dá um agasalho e, tirando-a da água, começa a tratá-la e a ligá-la para estancar o sangue.
O sol, cada vez mais forte, aquece-a, e mais repousada e limpa, parece dormir à beira do rio, na areia quente.
Os casais, em grupo, agradecem-lhe todos os esforços que fez para que pudessem reencontrar o amor que um dia juraram uns aos outros, em votos matrimoniais.
Restabelecendo, aos poucos, os amores da família, tinham vindo à sua procura , quando souberam dela.
Ela, que tinha entregue o seu amor para que eles recuperassem as suas famílias, tão afastadas.
Ela já não os ouviu.
Já podia descansar e dormir com os anjos.
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Irmã M. Paraclita
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Disse Elmer G. Letterman : A personalidade pode abrir portas, mas só o carácter as pode manter abertas !
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