Amor e liberdade
Todos os três - vindos do nada - se juntaram para lhe pedir desculpas.
Mas desculpas de quê?
E eles insistiam de igual modo – o pai, a filha e a amiga. E depois ainda se juntou um tratador - das terras e dos animais.
Ela desculpou. O que quer que fosse!
Então eles explicaram que se ela não sabia, não valia de nada.
Tinha que desculpar sabendo, conhecendo a extensão do mal sofrido, do prejuízo, enfim…
Mas qual prejuízo? Se explicassem, seria mais fácil!
Bom, nesse caso de esquecimento… eles mostraram-lhe cenas de criança.
Pequenas mentiras e enganos, contratempos pelos gostos próprios sem perceberem que ela, criança, não poderia ter gostos iguais aos deles.
Percebia a posição deles todos, de completo alheamento quanto ao direito da sua infantil opinião.
Mais a mais sabendo eles, agora, que a opinião dela era precisamente contrária à deles.
Oh, eles agora sabiam muitas coisas e tinham que renová-las para lograr a melhor solução.
Sim, sim, ela desculpava aquilo que mostravam nas cenas e recordações.
Como? A filha pedia desculpa pelo excesso de amor? Porquê…? Isso era necessário?
Então, se estava a perceber, o amor não pode ser tão grande que sufoque. Tem que dar espaço à liberdade de cada um.
Pois, senão pode tolher o desenvolvimento que cada um deve prover na sua vida.
E eles, desculpavam-lhe a falta de diálogo?
Da inconfissão dos seus sentimentos?
Sim? Óptimo! Que possam ser felizes... e até qualquer dia!
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Disse Gabriel Garcia Márquez : a vida não é aquilo que vivemos, mas aquilo que recordamos e como a recordamos para contá-la !
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