Aparências
Ela estava despreparada para aquelas funções.
Tinha-as por favores prestados e por querer (muito) aquela actividade.
Mas não tinha bagagem para a sua execução. Notava-se a cada passo as suas dificuldades. Não sabia como fazer nos mínimos pormenores.
Mas a sua personalidade levara-a a encobrir os desaires e incongruências das suas atitudes de pouca qualidade profissional.
Chegou o dia em que as situações se clarificaram e ela, outros como ela, os chefes e familiares – todos – ficaram cientes dos malogros. Ou seja, cada um mostrou o que valia e não valia.
Mas os lugares mantiveram-se ocupados pelos mesmos. Uns sentiram a vergonha das suas acções, o baixo nível a que tinham descido.
Outros olharam para a reacção dos demais e ainda arrogaram algumas queixas, como a justificar o injustificável. E quem quisesse desculpar que desculpasse porque era assim - e pronto!
Ficou a mágoa, a tristeza do engano.
A angústia de ainda se lidar assim com as aparências.
Ficou a procura incessante da essência.
Das essências desta vida que vivemos.
Vivemos para quê?
Para aparentar muito mais do que se é verdadeiramente e colher esses louros?
Ou para um desligar, cada vez mais nítido, do que nos rodeia para conseguir seguir.
Seguir sempre os nossos princípios.
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Disse Mohandas Karamchad Gandhi (Mahatma) : o único tirano no mundo que posso aceitar é a minha consciência !
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