Cabeça no ar
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Os pensamentos hoje não fluem. Voam, chegam e desvariam.
Cabeça no ar, a fugir da realidade. A refugiar-se num mundo só dela.
À sua medida, sem contrariedades. Sem desafios nem problemas.
Mas agora é para voltar. Voltar e enfrentar.
Voltar e lutar por aquilo que se defende, por aquilo que se acredita ser melhor.
Pensar de modo disciplinado e não automático.
Repensar cada gesto, desde o primeiro a todos os que fazem parte de rotinas. Tomar consciência de todas as partes, de todas as coisas que se fazem, quase - ou mesmo - sem dar por isso.
Nada deve ser "automático". Nada deve ser desleixado nem relegado ao automatismo da rotina.
Porque é principalmente aí que os pensamentos fogem para o seu mundo especial.
Como a casa na árvore para as crianças brincarem sozinhas e criarem o seu mundo.
Um mundo de refúgio não é para evitar o resto do mundo.
O refúgio também é preciso, mas para descansar e aliviar. Para retomar forças.
Forças para a paciência e a compreensão que, geralmente, são as que ultrapassam as nossas forças vulgares.
São - essas sim - as forças de herói.
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Disse Giuseppe Fava : de que serve viver, se não se tiver coragem de lutar?
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