Torradas e café
Flores cor de laranja. Não é uma cor habitual mas são tão bonitas assim a abrir em cachos e a cair pelos muros ou a enrolarem-se nos varões da varanda.
Os rosas e laranjas do pôr-do-sol reflectem mais um dia que passou e que se viveu.
Às vezes penso se não seria de o riscar no calendário.
Como uma tarefa feita e acabada – bem ou mal, melhor ou pior.
Mas isso era o mesmo que dizer que se vive a esperar a morte – o que seria sinónimo de uma enorme desilusão (ou ilusão) pela vida.
O que também não seria muito normal.
Não quero falar sobre o que é normalidade, que não é hora disso nem de relativos ou absolutos.
O pôr-do-sol parou estático
– Ou seja, o tempo parou.
- Não! Eu continuo a escrever. O que parou foi o pôr-do-sol. As flores também. Mas os carros e as pessoas continuam a mexer-se
- Queres dizer que a natureza parou e a humanidade continua a mexer-se.
- Sim, deve ser por força da rotina. Movem-se e fazem o que sempre fizeram. Eu incluída.
- Uma paragem do tempo e, se calhar, do espaço. Já agora…
- Qual das coisas para ti é ilusão?
- Nenhuma. A tua cabeça é que é diferente. Como se funcionasse noutra onda.
- Hum, que cheirinho a torradas e café…
- Olha, agora está a funcionar correctamente!
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Pôr-do-sol no Vale de Yosemite
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