Um sentimento de mil doses
23 de abril de 2007
Como dosear o amor, esse sentimento de mil doses?
Se muito, é paixão; se pouco, é desprezo ou indiferença.
Por filhos ou netos é desmesurado e até avassalador.
Por crianças é, geralmente, ternura abnegada e compassiva.
Dos amigos de longa data até aos desconhecidos, os sentimentos sofrem inúmeras gradações.
No entanto, muitas religiões e filosofias explicam que o objectivo é atingir uma calma interior, de modo a que os sentimentos não oscilem tanto nos extremos.
Deve tentar dar-se espaço aos outros, pois o amor deve ser para libertar e não para cativar.
De visita a vários idosos apercebo-me também do peso da solidão, por eles considerada mais como abandono pelos filhos ou família mais chegada, que outra coisa.
Há tempos, uma amiga minha a quem aconselharam a não chorar a mãe que falecera pouco tempo antes (porque isso iria prejudicar o descanso eterno que ela poderia finalmente atingir), andava enervadíssima pelo esforço.
O que parece ser acertado é uma atitude mediana, ou seja, perceber que existe um tempo para cada coisa e, sem deixar de viver esse tempo com as emoções e os sentimentos apropriados, tentar reagir e corrigir as atitudes excessivas na vida de cada um.
É evidente que não se fala aqui de atitudes violentas nem extremistas.
As polaridades aqui referidas são passíveis de cada um auto-analisar e melhorar.
Resumindo: amar, sofrer por amor, alegrar-se por amor, deve ser sem excessos que perturbem o bom que é amar e ser amado.
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