Para tudo há solução
20 de abril de 2007
- Não sei se é dos remédios, se do sono que tenho, dia e noite, a verdade é que não distingo bem o dia da noite e até a realidade do sonho.
Às vezes não consigo saber se alguma coisa já aconteceu mesmo ou ainda vai acontecer.
Quantas vezes dou por mim espantada com obras ou coisas, ou até pessoas, que estão como estavam antes de lhes ver as modificações.
Às vezes, só passados vários meses é que lhes acontece o que pensava ser já a realidade.
- Isso parece adivinhação do futuro!
- Não. Parece é que o tempo, para mim, andou mas para as outras pessoas, não. É uma espécie de diferença temporal.
- Isso atrapalha-a?
- Não, já não ligo mas antes preocupava-me. Agora fico simplesmente na expectativa de perceber em que onda estou. Habituei-me e já não desespero a pensar que estou maluca.
- Maluca?
- Não são os loucos que vivem num mundo diferente, vivendo neste?
- Esses não percebem as diferenças. Mas a senhora percebe, não percebe?
- Sim, sim. O que eu não percebo é porque surgem tantas fantasias ou mundos de outros acontecimentos na minha cabeça.
É dos remédios, não é? Poderia tomar menos ou menos dose, ou outros, talvez.
- Não parece ser dos remédios, mas vamos manter a análise e a auto-análise podendo, evidentemente, alterar-se a medicação, se se justificar.
Para tudo há solução, só temos que trabalhar para a atingir.
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