Outras vidas
24 de abril de 2007
- Sabes que, às vezes, parece que algumas pessoas têm a possibilidade de viverem duas ou até três vidas nesta que vivem.
- Hãã?
- Deixa ver se consigo explicar: há pessoas que passam por um acidente que as poderia matar, mas salvam-se inexplicavelmente; outras sobrevivem a um estado de coma prolongado ou são operadas de urgência porque se descobriu, à última hora, que tinham uma doença muito grave e salvam-se.
- Já entendi. E achas que esses vão viver um prolongamento da vida, como uma graça ou uma bênção.
- Pois acho.
- Mas isso quer dizer que, para ti, as pessoas têm várias vidas e que se melhoram em cada uma? És dessa religião?
- Qual religião? Não tem nada a ver com religião. Tem a ver com o que cada um acredita. Pois é verdade, sim senhor. Eu acredito que vivemos para nos melhorarmos. Morremos quando este corpo envelhece e, digamos assim, cumprimos uma etapa. Quando morremos...
- Arranjamos um corpo novinho em folha, em forma de bebé…
- Em última instância poderá ser dito assim! Mas melhor será considerar que, conforme os nossos avanços, assim será a nova oportunidade de vida e da próxima criança que seremos.
- Mas avanços para quê? Para nos tornarmos o quê? Sabes dizer, por acaso?
- Então… para nos tornarmos o mais perfeitos possível à semelhança de Deus, que significa a perfeição das perfeições. É claro e evidente. Ou não é?
- Talvez! Sei lá! Se queres que te diga, nunca pensei nisso assim…
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