Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-12-13

Moeda ao ar

13 de dezembro de 2006

Hoje é dia de luvas e cachecol.
Um bom casaco de agasalho, boas meias de lã (não de licra que arrefecem os pés) e sapatos com sola grossa.
Já agora, um chocolate quente. E também um scone quente com manteiga.
-Tá-se bem, assim.
- Ah, assim... pudera!
- Faz-me impressão aqueles, ali, em camisolas frescas e pés sem meias nos sapatos bem maiores que os pés.
- Estão a correr e a brincar. Mas quando pararem é natural que tenham frio.
- O Inverno é assim, mas gosto. Não sei é se gosto do Inverno em si ou do facto de poder experimentar roupas novas.
- Logo vi! Mas eu gosto é do tempo à minha temperatura. Aliás, eu gosto de tudo ao meu gosto!
- Isso é porque te foi possível até hoje. Mas a fibra da pessoa vê-se é nas impossibilidades.
- Olha aquele casal. Hoje, mal tem dinheiro para uma renda que há poucos meses era canja. Não estão desempregados mas não lhes pagam o ordenado.
- Nem sei o que é pior.
- É pior assim porque as despesas mantêm-se.
- E a esperança? Não seja ela vã! Porque também é preciso raciocinar a vida e fazer escolhas que são sempre muito difíceis.
- É a chamada "moeda ao ar" e logo se vê se cai cara ou coroa.
- Não são os únicos. Todos os que lá trabalham estão assim.
- Mais logo vão para uma manifestação de rua porque já não há nada a fazer...
- E não é só por cá este cenário! Acontece em muitos países. O pior é quando as coisas derivam em lutas e, a seguir, em guerras civis...
- Então vamos manter a esperança bem alto, junto ao céu azul, por mais frio que esteja!
E manter o coração quente, muito quente para fazer face às vicissitudes!
Muito quente por todos nós e por todos os outros, os desconhecidos!