O possível
8 de dezembro de 2006
Oficina com muitos automóveis, carrinhas, jipes e atrelados de carga.
Todos vazios, à espera de vez para conseguirem depois funcionar e ser novamente úteis.
Barulhos de máquinas que se vão tornando mais maçadores e difíceis de aturar.
Depois vem a habituação a tudo isto e parece que os ruídos deixam de existir.
Mas continuam na realidade. Afinal o que é a realidade?
Esta capacidade de habituação traz então a capacidade de fantasia e ilusão para as nossas vidas.
Uma defesa natural do nosso organismo acarreta a possibilidade de trocar um problema por outro problema maior.
Ou essa ilusão que agora se criou, tem a medida que permite situá-la na necessidade e não no problema?
No fundo, tudo se resolve na equação da medida certa.
Pois se até a água em demasia faz mal...
Numa sociedade como esta em que vivemos, em que encontrar um local de trabalho já é milagre, que dizer sobre as condições de trabalho? Como, por exemplo, escolher sítios saudáveis...
E quem fala de ruídos, fala de ares condicionados que não são limpos; de luzes e cadeiras inapropriadas; de ambientes húmidos e frios...
Enfim... E, no entanto, é uma felicidade chegar ao fim do mês e ter um ordenado para levar para casa e pagar as contas a que nos comprometemos em troca de produtos que faziam falta.
Estas são, geralmente, as possibilidades que temos.
Por isso, resta estar atento e, será necessário e prudente criar um ambiente diferente daquele a partir do momento em que se sai do trabalho.
Se ouve muito ruído, fiquemos no silêncio.
Se a luz é forte, facilitemos os olhos com luzes mais ténues.
Se são muitas horas sentados, talvez se possam fazer pequenas caminhadas de percurso.
Quem sabe se não se chega antes do autocarro ou do metro?
Tudo é, deveras, possível.
Até o impossível...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home