Chuva de cores
6 de dezembro de 2006
Luzes na chuva, como um arco-íris, mas dentro dos pingos da chuva. Ou seja, uma chuva cheia de cores.
Ao cair no chão, as gotas deixavam algo parecido a berlindes, cada um da sua cor.
Todos os que viam, apanhavam a cor ou o "berlinde" mais perto e de que gostavam mais.
E esses berlindes brilhavam cada vez mais nessa cor que traziam.
As crianças apanhavam todos os que podiam e corriam encantadas para casa, segurando-os às mãos cheias.
Queriam que a mãe e o pai vissem. Tinham pena se derretessem.
Mas eles estavam cada vez mais sólidos.
Só os que caíam e ninguém apanhava é que se diluíram na terra, nas flores, no campo, nos telhados, na estrada - enfim, um pouco por todo o lado.
As pessoas não sabiam bem o que fazer com eles, mas quanto mais os olhavam com admiração, mais eles brilhavam.
Passados uns dias já não lhes ligavam importância e eles foram-se desfazendo sem que o notassem.
As crianças foram as primeiras a dar conta dessa situação e resolveram perguntar aos que estavam mais inteiros o porquê da transformação.
E, no meio do brilho colorido que aumentava outra vez, explicaram que a sua luz, beleza e brilho dependia da atenção que os seres humanos lhes davam.
E que, enquanto lhes admirassem a beleza, eles retribuíam com mais cor e felicidade.
Se, pelo contrário, os votassem ao esquecimento, eles diluíam-se porque já não tinham utilidade.
Então eles existiam pelas cores que a vida pode ter com a sua influência de beleza?
Exactamente! Mas muitos não queriam nem colorido nem beleza nas suas vidas. Só correrias contra a monotonia do tempo e o esquecimento dos outros pela lembrança de si próprios.
Ai, ai, que é isto? ...Ohh, foi um sonho! Um sonho bom!
Mas um sonho que, se calhar, eu gostaria de enviar para todos.
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