Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-12-06

Chuva de cores

6 de dezembro de 2006

Luzes na chuva, como um arco-íris, mas dentro dos pingos da chuva. Ou seja, uma chuva cheia de cores.
Ao cair no chão, as gotas deixavam algo parecido a berlindes, cada um da sua cor.
Todos os que viam, apanhavam a cor ou o "berlinde" mais perto e de que gostavam mais.
E esses berlindes brilhavam cada vez mais nessa cor que traziam.
As crianças apanhavam todos os que podiam e corriam encantadas para casa, segurando-os às mãos cheias.
Queriam que a mãe e o pai vissem. Tinham pena se derretessem.
Mas eles estavam cada vez mais sólidos.
Só os que caíam e ninguém apanhava é que se diluíram na terra, nas flores, no campo, nos telhados, na estrada - enfim, um pouco por todo o lado.
As pessoas não sabiam bem o que fazer com eles, mas quanto mais os olhavam com admiração, mais eles brilhavam.
Passados uns dias já não lhes ligavam importância e eles foram-se desfazendo sem que o notassem.
As crianças foram as primeiras a dar conta dessa situação e resolveram perguntar aos que estavam mais inteiros o porquê da transformação.
E, no meio do brilho colorido que aumentava outra vez, explicaram que a sua luz, beleza e brilho dependia da atenção que os seres humanos lhes davam.
E que, enquanto lhes admirassem a beleza, eles retribuíam com mais cor e felicidade.
Se, pelo contrário, os votassem ao esquecimento, eles diluíam-se porque já não tinham utilidade.
Então eles existiam pelas cores que a vida pode ter com a sua influência de beleza?
Exactamente! Mas muitos não queriam nem colorido nem beleza nas suas vidas. Só correrias contra a monotonia do tempo e o esquecimento dos outros pela lembrança de si próprios.
Ai, ai, que é isto? ...Ohh, foi um sonho! Um sonho bom!
Mas um sonho que, se calhar, eu gostaria de enviar para todos.