Figuras
7 de dezembro de 2006
No meio do mar a espuma forma uma coluna rumo ao céu já estrelado, num restinho de fim de dia.
A altura dessa espuma tem a ver com remoinhos que se formam em águas fundas e com a humidade e temperatura do ar.
O espectáculo é lindo e logo aparecem os mais imaginativos ou românticos que interpretam figuras naquela coluna de espuma.
E relatam figuras de mulher, de mulher esbelta ou mulher mãe com bebé ao colo; ou homens com tridentes ou lanças.
Todas as figuras são, claro está, brancas cor da espuma.
Mas também há quem veja figuras geométricas na dita coluna, douradas em várias cores.
A voarem lá dentro, como se a coluna fosse transparente.
Ou quietas, como se fossem pintadas.
O comum entre todos era o espanto pela grandiosidade do acontecimento.
Todos especados no convés, a olhar para o mar e o céu, elogiavam a beleza da natureza ou glorificavam o seu Deus.
A natureza, no seu poder e na sua estonteante beleza, faz-nos sempre humildes espectadores da sua magnitude.
Com as diferenças das temperaturas, que se alteraram pelo cair da noite, a tal espuma acabou por diluir-se nas águas.
Para as pessoas ficou a lembrança do mundo lindo em que vivemos.
Do belo que se pode diluir na nossa vida.
Ou do belo que se pode recordar e espelhar nas nossas vidas.
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