Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-11-16

As crianças

16 de novembro de 2006

A menina pequenina acordou e queria ficar com a rosa que luzia no seu sonho.
- Não pode, diz-lhe a mãe, o sonho já passou.
- Então quero dormir outra vez, para ver a rosa. se calhar, tem um jardim também. E, se calhar, tem gatos. E pássaros também.
- Já agora uns bancos, umas bolas e baloiços, escorregas...
- Boa, boa. Era bom. Quero dormir, não quero sair.
Mas tem que sair. É preciso ir ao médico.
- Nem pensar. Quero dormir.
- Podes dormir lá na sala de espera.
- Ele deixa?
- Acho que sim. Pelo tempo que esperamos, podes sonhar um jardim e até uma feira de diversões.
Olha, sonha com a praia.

- Não quero. Quero sonhar outra vez com a rosa que luzia.
- Não percebo porque todas as crianças têm esta paixão pela luz e pelo que brilha.
- Ó Dr., não são só as crianças. Parece-me que qualquer um é assim. até os mais velhos!
- Lá isso é verdade. Os que querem a escuridão estão, geralmente, muito doentes. E quase sempre da cabeça. Pronto! Estás despachada para encontrares o teu sonho.
- Se for capaz de me dizer como. É que ele agora já fugiu!
- Tenta dormir.
- Agora já não me apetece. Mas logo, vou deitar-me a pensar na tal rosa e vou lembrar a cara de vocês todos a brilharem junto dela. Se ela quiser. Pode ser que lhes faça tão bem como a mim.
- Ah, as crianças são únicas. Pena nos ser tão difícil imitá-las.