Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-11-14

O desmaio

14 de novembro de 2006

Uma senhora sai meio zonza do carro que conduzia e vai cair desmaiada no meio das prateleiras-expositores de rua, do comércio mais próximo.
Nesta tentativa de se agarrar aos expositores para não cair, ainda consegue balbuciar algumas palavras. Ninguém percebeu nada a não ser que tinha caído uma mulher na rua, provocando inúmeros prejuízos no pobre do comerciante do bairro.

Chamadas a ambulância e a polícia - para ela e para os estragos - ficam para depois as contas a pagar mas fazem-se logo as identificações.
A dita senhora, não acusando nada de especial, entra na unidade de psiquiatria para melhor observação e exames mais pormenorizados à cabeça.

Ela acorda e não gosta do que vê em seu redor.
Fecha novamente os olhos, a convencer-se que é tudo um pesadelo.
E dos bons... parecia realidade pura...
Chega uma enfermeira que, delicadamente, a informa que está na psiquiatria para fazer exames, não porque a achem louca...
Mais uns dias e nada de visitas nem de ter alta.

Enervada e angustiada, vai, pelo seu pé, falar com o médico que vê no quarto ao lado.
Pois não sabem ainda o que ela tem e o marido, esse, afirma que ela pode estar em perigo ou ser perigosa para ela e para os outros se não tomar consciência da sua realidade.
- Qual realidade?

- A sua.
- Mas se não sabem os médicos, como posso eu saber? Isto é pesadelo ou alucinação.
- Meditação, responde-lhe uma voz que não reconhece.

- O que é isso?
- É pensar intensamente e descobrir o seu próprio interior. É isso que deve fazer. Conhecer-se no interior - diz a voz.
- Mas eu não me acho mal.
- Ora aí está um indício do desconhecimento. Porque não afirmou que se acha em sintonia consigo mesma, de corpo e alma. E em sintonia com a vida em seu redor.

- E como posso fazer isso? E vale a pena?
- Se quiser estudar-se a si própria, sim. Se quiser estar bem e curada de si para si. Porque não tem qualquer mal físico. Parece é mal preparada para as surpresas do dia-a-dia.
- Ainda está aí, ó voz? Parece que se foi embora.
- Não, não ouço nada dentro da minha cabeça, Dr.... Já não!