Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2006-10-05

Tempo

5 de outubro de 2006

Uma casa numa quinta. Estrada de terra, vinhas, árvores de fruto, criação, gado e cães à solta, como habitualmente.
Portão fechado. Nome de santa e vontade de ficar.
Um jardim na vida corrida de todos os dias.

Um espaço meio selvagem que dá gozo na civilização dos centros comerciais a que nos habituámos.
Um homem que fala o que não deve. Que recorda o que não era para recordar assim, de modo sofrido.
Recordar é viver, mas é conveniente recordar pelo bom, pelo bem que se pode fazer em recordar.

Usar a fantasia, não pela simples ilusão dos sentidos, mas na disciplina do que deveria ser corrigido.
Como nos pesadelos em que, ao acordar, podemos corrigi-los e então adormecer descansados.
Assim também nas recordações infelizes, podemos ultrapassar erros e provocar o seu progresso.

Pelo menos era esse o pensar de uma amiga. Acabou por ser em dia de festa. De comes e bebes. De bailarico e fuga dos mais apressados.
Entre sonhos e ilusões, fazia-se o regresso a cada lar. Fechava-se o portão. Caía a noite.
Um novo sol e uma nova disposição para viver o resto da vida.

Trabalhando e intervalando. Na realidade e na fantasia.
O homem foi pensando melhor no que devia dizer aos outros. Na atenção que deveria ter pelos sentimentos e entendimentos dos outros.

Foi percebendo que a sua verdade podia não ser a dos outros. Que cada um tem a sua verdade.
E que o tempo é o tempo justo para cada pessoa.

Que todas as coisas têm o seu tempo próprio para passar por baixo de cada céu, conforme foi pre-escrito.
Que o tempo dá e tira. Faz e desfaz. Que nada é eterno. Que nada se obtém para sempre.
Que em cada tempo devemos tentar ser o melhor possível. Que o tempo depois só nos recorda.
Que o tempo é acerto de medida.