Chuva
2 de outubro de 2006
"Chove chuva" - pois que mais poderia ser? mas não deixa de ser uma redundância engraçada.
A chuva, sobretudo as primeiras após o calor do Verão, têm a vantagem de lavar o que está cheio de pó e terra - desde as folhas de arbustos e árvores até os telhados das casas.
Também traz o cheiro a terra que finalmente foi regada após meses de seca.
Mas seguem-se os acidentes nas estradas, as constipações, dores no corpo dos mais velhos...
Começam todos os preparativos para o Inverno que há-de vir: outros sapatos, meias, casaquinhos e casacos... pronto, relembrando uma nova roupagem.
Para os mais abastados ou vaidosos, novas compras nas lojas.
Tudo isso faz lembrar o que será nos países tropicais. Geralmente pessoas pobres para estas compras que, afinal, nem precisam muito - mas o seu aspecto alegre e simples não deixa de estar associado às imagens da devastação dos tufões, ciclones e aparentados.
Sem dúvida, este país é privilegiado. Mesmo um "jardim à beira-mar". A chuva, entretanto, deu lugar a céu nublado e sol muito pálido.
Fecham-se os chapéus de chuva e param as corridas entre semáforos e lojas e escolas.
As estradas vão secando e sobram os traumatizados dos acidentes e carros para sucata, mais as contas para pagar e seguros.
Vendo assim um simples dia de chuva (nem sequer chuva forte), ficamos a pensar na coragem dos que enfrentam tempestades.
Da sua coragem e lucidez perante a obra das suas vidas.
Por cá, nem compreendem a necessidade de andar mais cuidadosamente.
Será que a facilidade gera relaxe? Será que as dificuldades aguçam o melhor que os seres humanos têm?
Em que consiste então a felicidade de viver esta vida? No vencer desafios constantes da própria vida ou no relaxe de nem sequer pensar em levá-la a bom termo?
Uma coisa é certa. O ser humano e muitos outros seres vivos, têm forças e capacidade de viver que nem suspeitam.
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