O bebé
29 de junho de 2006
A gruta é grande, em largura, espaço e altura.
Uma bola de luz como o Sol ilumina-a, de modo a poder ver-se uma criança-bebé em panos castanhos.
Uma mulher, que não é a mãe, está debruçada sobre ela, tanto para não chorar como para não deixar que lha levem.
Ela sabe como isso é porque foi ela que a separou da mãe e a trouxe para ali.
Mas não consegue escondê-la.
A verdadeira mãe está ali a querer tirar-lha, mesmo ali.
E o bebé como que adivinha, porque olha na sua direcção e, nesses momentos, sorri e serena o choro.
A mulher não percebe porquê, visto que o trata o melhor que pode e sabe.
Nem tem comido, nem bebido, nem nada, para não o deixar só e não se sentir abandonado.
Coitados, três seres em dívida uns pelos outros e nenhum avança na tolerância e na paz.
São momentos de aflição e desespero.
A mãe apela para a salvação do filho, mais que da sua.
E vem, então, um grupo de salvamento que encontra esta gruta, no meio de tantas iguais.
Só que esta registava um chamamento de mãe. De verdadeira maternidade.
Consciente e amorosa quanto baste. A verdadeira supremacia da mulher.
A sublimação da dádiva do amor.
Os salvadores enviam primeiro a bebé para a estação de socorro.
A seguir as duas mulheres que entretanto se ligaram entre o desespero e a dádiva.
Amigas no futuro...
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