A casa desabitada
28 de junho de 2006
Uma casa que foi habitada há muitos anos atrás.
Vagamente aparecem as pessoas habituais daquele tempo, mas em posturas de conversação que nunca existiram desse modo.
A observar tudo está um homem enorme em estatura e corpo.
Nada diz mas parece procurar alguém e fixa os seus olhos verdes claros em mim.
Quando me decido a perguntar-lhe se quer alguma coisa da mesa ou de nós, ele desaparece em pânico.
Procuro pelas escadas, depois pelas salas onde surgem pessoas de todos os lados.
Outras entretidas em conversas, parecendo dirigir-se para uma sala de congressos.
Vou lá também à procura. Pelos recantos e já na rua, continuo a procurar.
É importante encontrá-lo, mas não o vejo em lado algum.
Ah, ele veio ter comigo e está mesmo à minha frente.
De coração aberto conta que, de há muitos anos, espera naquela casa que apareça alguém para o guiar na direcção do céu-rosa.
Trata-se da sua salvação por amor e misericórdia.
Mostro-lhe o caminho. Vai a correr, talvez com a noção de já ter perdido muito tempo à espera.
Vira-se lá ao cimo e agradece-me.
Não precisa. Basta que seja feliz.
Feliz porque subiu, enfim.
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