6 de maio de 2006
À porta, parado a olhar à volta de si. Ali estava o médico.
O homem feito coragem.
Sem pensar e sem sentir até, um acidente de carro multiplicou-lhe ossos por ferros.
A cama e a paralisia. A tristeza e a agonia de uma família inteira.
O chefe de família fora abatido.
O invencível saudável estava prostrado.
Deus existe com mais força nestas alturas.
E o tempo é rei da imensidão das horas.
Na cama para sempre nem pensar.
Só por um ano.
A seguir uma cadeira de rodas. Depois umas canadianas.
Agora mal se nota o coxear e saem livros dos seus tempos inúteis para a medicina.
Muitas dores. Dores insuportáveis doseadas de coragem.
Ou melhor, extravasadas de coragem.
E de castelos de esperança.
Esperança e fé - em si próprio e em Deus. Forças de onde nem ele sabe.
Mas é um homem de lutas.
A família orgulha-se do seu exemplo para contar aos netos.
Amarguras de amizades que soçobraram no caminho infeliz.
Felicidade do além mais e do futuro.
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