
No centro da casa, na penumbra da sua figura em contraluz, esperava.
Esperava, por anos de espera, desencontros, sofrimentos.
Esperava um ajuste de contas, fosse qual fosse. Desde que terminasse o seu desespero.
Raivas, ânsias, remorsos, choros desesperados também.
Mas acima de tudo a vontade de ser feliz.
Acima de tudo a crença em Deus.
Na divindade que todos sentimos a chamar por nós em algum momento da vida.
Que representa a possibilidade de sermos felizes. Por cima de tudo.
Acima de todas as coisas.
Acima do que conhecemos ou não.
Todos sentimos, de algum modo, o direito de ser feliz.
Mesmo que isso implique (e geralmente implica mesmo) uma regeneração completa de, e em nós próprios.
Noutro apartamento uma mulher solitária.
Solitária por dentro. Orgulhosa por fora.
E os filhos, ainda na adolescência, clamavam por paz e amor.
Mas também pela família que eram.
Ela só, ligava todas estas partes.
Fiquem todos na paz divina de Deus.
O passado passou enfim.
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