10 de maio de 2006
No centro da casa, na penumbra da sua figura em contraluz, esperava.
Esperava, por anos de espera, desencontros, sofrimentos.
Esperava um ajuste de contas, fosse qual fosse. Desde que terminasse o seu desespero.
Raivas, ânsias, remorsos, choros desesperados também.
Mas acima de tudo a vontade de ser feliz.
Acima de tudo a crença em Deus.
Na divindade que todos sentimos a chamar por nós em algum momento da vida.
Que representa a possibilidade de sermos felizes. Por cima de tudo.
Acima de todas as coisas.
Acima do que conhecemos ou não.
Todos sentimos, de algum modo, o direito de ser feliz.
Mesmo que isso implique (e geralmente implica mesmo) uma regeneração completa de, e em nós próprios.
Noutro apartamento uma mulher solitária.
Solitária por dentro. Orgulhosa por fora.
E os filhos, ainda na adolescência, clamavam por paz e amor.
Mas também pela família que eram.
Ela só, ligava todas estas partes.
Fiquem todos na paz divina de Deus.
O passado passou enfim.
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