A Cela
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Ele está numa cela subterrânea, amarrado em correntes muito sujas.
Oh!, mas… as correntes só o amarram a ele, como se lhe fizessem um casulo.
Não estão presas nem à parede nem a nada. Estão como que em rolos, em novelo bem fechado.
Chegam o que parecem ser visitantes, levados pelo guarda que lhes abre a cela.
O amarrado mal os consegue vislumbrar mas, ao fim de algum tempo, fica a olhar para eles. São um homem e uma mulher, muito limpos e brancos.
Conseguem que se identifique e depois de alguma troca de palavras, de desculpas e razões, de perdão e muito carinho, ele – o amarrado – consegue libertar-se das correntes.
A seguir, dirigem-se todos a uma outra cela próxima e acontece mais ou menos o mesmo, mas agora com uma mulher.
E seguem todos para a rua, para a estrada, para o espaço da noite escura.
- Como esta de hoje?
- Mas esta tem luz, está cheia de estrelas. Tão bonita!
- Olha, vês ali aquelas cinco?
- Sim!
- São eles, porque agora já estão todos limpos e brancos. Bom… e brilhantes como as estrelas!
- Mas eram quatro ou cinco?
- Cinco com o guarda, que foi com eles também.
- E estavam presos em si mesmos, porquê?
- Por causa dos remorsos que sentiam de um crime que em tempos cometeram.
- Mas então…
- Já tinham cumprido a sua própria pena. Estavam livres, mas ainda não sabiam!
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(Jerusalem) Stars
Eva Kostabel
© 2006. Unity Coalition for Israel
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