O Pântano
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Confusões de corpos e razões. Todos têm a sua razão para estar ali.
Uns querem continuar, outros querem sair e respirar outros ares.
Outros mais teimam nos seus caprichos irracionais e outros ainda arrastam os que querem mudar.
A vontade de mudar seja o que for, tem sempre que ser forte e fiel ao objectivo. Senão são apenas tentativas que, na maior parte das vezes, cansam até à exaustão de si mesmos.
Corpos arrastam-se agora em terreno lamacento. Alguns mergulham nesse autêntico pântano.
Quando o pântano é mental, de ideias sem idade, de visões sem formas definidas, há uma possibilidade de sair.
Não se pode esbracejar muito mas, lenta e decididamente, há que seguir para águas que pareçam mais leves, depois mais limpas e depois (finalmente) com uma luminosidade trémula.
Como a luz de uma vela muito ao longe.
Nem que seja um ponto, desde que tenha luz, pode ser que nessa direcção esteja a lanterna da travessia para águas limpas.
A água limpa traz jorros de água que banha tudo – o corpo, a mente, o ser.
Às vezes, é preciso entender o miserável nada útil do passado-presente para poder negar essa continuação.
Então a vontade recria o ser em si mesmo, conforme os parâmetros que escolhe.
E não, não tem nada de clonagem. Cada um pode ser o que quiser ser com toda a força da sua vontade.
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Maré Baixa
Fotografia © James P. Blair
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