Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-10-01

O Pântano

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Confusões de corpos e razões. Todos têm a sua razão para estar ali.
Uns querem continuar, outros querem sair e respirar outros ares.
Outros mais teimam nos seus caprichos irracionais e outros ainda arrastam os que querem mudar.
A vontade de mudar seja o que for, tem sempre que ser forte e fiel ao objectivo. Senão são apenas tentativas que, na maior parte das vezes, cansam até à exaustão de si mesmos.
Corpos arrastam-se agora em terreno lamacento. Alguns mergulham nesse autêntico pântano.
Quando o pântano é mental, de ideias sem idade, de visões sem formas definidas, há uma possibilidade de sair.
Não se pode esbracejar muito mas, lenta e decididamente, há que seguir para águas que pareçam mais leves, depois mais limpas e depois (finalmente) com uma luminosidade trémula.
Como a luz de uma vela muito ao longe.
Nem que seja um ponto, desde que tenha luz, pode ser que nessa direcção esteja a lanterna da travessia para águas limpas.
A água limpa traz jorros de água que banha tudo – o corpo, a mente, o ser.
Às vezes, é preciso entender o miserável nada útil do passado-presente para poder negar essa continuação.
Então a vontade recria o ser em si mesmo, conforme os parâmetros que escolhe.
E não, não tem nada de clonagem.
Cada um pode ser o que quiser ser com toda a força da sua vontade.
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Maré Baixa
Fotografia © James P. Blair