Os exames da vida
16 de junho de 2007
Um homem de meia idade, está a escrever há um bom par de horas naquela mesa pequenina, acolá, junto da parede.
Finalmente parece querer arrumar as coisas e sair.
Pois é verdade que se levanta, mas entretanto desequilibra-se bastante até encontrar a bengala e conseguir apoiar-se nela, mais a bolsa com as suas coisas. Segundo consta, teve um acidente e esteve entre a vida e a morte.
Deve ter-lhe sobrado o susto porque a partir daí, ele, que era conhecido por ser estarola, passou a aproveitar todas as horas do dia de modo bem cuidadoso.
Às vezes só um estremeção nos faz ver a coisa mais simples e valiosa que temos: a vida.
A vida que tomamos como certa, a saúde que parece estar colada ao mesmo significado.
Depois deixamo-nos deslizar, mais por inércia, pelos dias que se sucedem rotineiramente.
Quem será capaz de acordar e, ao olhar para o céu de cada novo dia, pensar que está ali mais uma esperança, mais uma oportunidade de viver a vida que devemos viver?
As vidas têm problemas como exames, para solucionar e para seguir a preparação de mais outro, e outro, e assim por diante.
Se agirmos com bondade e sabedoria chegamos ao fim com boa nota.
Senão, o fim pode demorar mais uma vida de espera.
Quando assim seja, que pelo menos a espera não se perca da esperança.
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