A luta e as lágrimas
14 de junho de 2007
Isto é preocupante! A todo o lado que eu vá está alguém doente de modo mais ou menos grave, mais ou menos crónico ou passageiro, do pé à cabeça (como diz uma canção).
Mesmo que me sinta mal perante tanta desgraça, vem sempre à baila o famoso comentário de “antes assim que pior”.
A última foi de uma amiga que durante a noite, quase cegou de um olho e agora só vê em imagem “névoa”.
Os médicos chamaram-lhe um AVO (acidente vascular ocular).
E pronto! Talvez melhore ou talvez não, talvez repita ou talvez não. Tudo hipóteses e, no resto, sobra a esperança.
O emprego dela, pois… está de baixa e logo se verá.
Uma vida de concursos, 50 anos, poderia chegar ao topo da carreira mas agora já não.
Tanta canseira e nervos para nada.
Mas ela está aí a lutar, como sabe, pelos novos dias do seu futuro: agora é já o amanhã, tão próximo.
Ou seja, faz exercícios de concentração para a memória e para disciplinar a sua mente.
Porquê? Porque só pensava em disparates e soluções que não o são, como o suicídio, etc., etc.
Agora lá está ela outra vez em forma, a direccionar os pensamentos para a sua realidade e de como encarar e renovar as suas rotinas e a vida familiar.
Quando se vê aflita, diz e repete uma frase que ela mesma formulou para se manter equilibrada até se reconhecer nessa frase e ultrapassando a desilusão e o choro.
Já enxugou as lágrimas, já consegue rir e conviver.
E, na sua mente, ela vê coisas que nunca sonhou que existissem, porque nunca deu conta de tanta beleza.
Efectivamente, não são apenas os olhos que vêem.
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