Resposta difícil
21 de março de 2007
Sala de espera pediátrica com muitos bebés e mães à espera para vacinação.
Todos corados, porque ainda trazem roupas de Inverno mas as temperaturas subiram.
Mexendo as pernitas a toda a velocidade que podem, não param de se mexer.
Alguns agitam os braços e dão gritinhos eufóricos.
As mães não estão tão eufóricas. Algumas têm um ar cansado.
Mas, cansadas ou não, vão ajeitando roupas e brinquedos e os seus colos para os bebés.
As meninas tornam-se mais vistosas, com saias e vestidos que abanam à força do volume das fraldas.
Olham uns para os outros e têm reacções diferentes.
Enquanto uns arregalam os olhos e ficam parados a ver aquele movimento todo à sua volta, outros agitam-se frenéticos e gritam ou riem.
Enchem a sala, estes pequenos seres.
Mesmo quando regressam chorosos das vacinas, são encantadores na sua rabugice.
Inacreditável é lembrar que já fomos assim, com certeza.
- Que fizemos das nossas vidas? Que valor lhes demos? Será que merecemos o que temos? Que fizemos de nós mesmos? Valorizámos esse bebé que já fomos um dia? Que representamos para aqueles que nos rodeiam – em casa, no trabalho, no desconhecido? E que podemos ainda fazer pelas nossas vidas?
- Sei lá…
- Aí está a resposta mais difícil de resolver!
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