Do túnel para a luz
17 de março de 2007
Manhã apressada, com viagem marcada.
De repente, aparece um corredor de paredes claras, de cor creme.
Só que essas paredes estreitam num espaço que só dá para uma ou duas pessoas, a pé.
É um enorme ou longo corredor e, muito longe, parece haver uma porta.
Dessa porta sai, rápido que nem uma bala, um animal com aparência de pré-histórico e com manifesta intenção de guardar o acesso à porta.
Sou pequena para tal colosso mas, tentando não ter medo, pergunto-lhe o que está ele a guardar, tão zeloso.
Olha-me espantado e baixa-se para me ver melhor.
Antes de mais nada, tento acalmá-lo e que me dê uma resposta.
Só quero saber. Porque gosto de saber coisas.
Não o quero ofender nem, muito menos, desafiar.
Acho que nunca lhe falaram assim, simplesmente, sem querer nada…
De tão espantado, fica sossegado e diz que a porta só dá para um túnel escuro e que ele também nunca foi lá dentro.
A sua função é guardar a porta, para evitar intrusos.
Peço-lhe então que me deixe espaço suficiente para voltar para trás.
Responde que não pode ser.
Uma vez naquele corredor, só se pode seguir em frente.
Talvez haja saída do outro lado do túnel.
Acendo uma luz e o túnel ilumina-se à minha passagem.
Peço-lhe para vir comigo e, se houver uma saída, será outro caminho para os dois, depois do túnel.
Aceita, e depois de muito andar, chegamos a céu aberto, primeiro enevoado e depois a um campo cheio de sol e flores.
Pergunta-me sobre a origem da luz do túnel.
Era a luz do meu coração, respondi.
Ele ainda não conhecia essa luz.
Iria agora procurar a do seu, pois tinha, agora, um horizonte à sua frente.
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