Janela estreita
30 de março de 2007
Estendo a mão para outra, acima de mim e que se propõe puxar-me.
Subo pelo chão para um outro chão, envernizado e lustroso, e estou afinal numa divisão com janelas enormes, onde entra luz forte do sol.
A seguir, a mesma mão puxa-me para uma porta cinzenta, que se abre e deixa ver um vão sombrio.
Sou atirado para essa divisão apertada, que tem uma janela com grades.
Esta janela é estilo bandeirola estreita.
A porta fecha-se.
- E tiveste medo?
- Não tive tempo de ir além do espanto. Como podia eu estar naquele lugar a meia-luz e com grades, se tinha acabado de estar num espaço amplo e brilhante de luz?
- Era com se te pusessem outra vez de castigo, não era?
- Sei lá eu! Fiquei ali horas e depois ouvi uma voz que me perguntava, do lado de fora das grades da janela, se eu queria deixar ali as minhas fantasias e ilusões, até as minha preocupações…
- Para quê?
- Foi o que eu perguntei, mas apenas repetiu o que já tinha dito ou perguntado.
- E então?
- Então, nada! Abanaram-me e o condutor disse que tinha de voltar e se eu queria ficar sentado no expresso tinha que mostrar ou pagar o bilhete de volta.
E eu saí bem depressinha que já me tinha atrasado!
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