Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-03-30

Janela estreita

30 de março de 2007

Estendo a mão para outra, acima de mim e que se propõe puxar-me.
Subo pelo chão para um outro chão, envernizado e lustroso, e estou afinal numa divisão com janelas enormes, onde entra luz forte do sol.
A seguir, a mesma mão puxa-me para uma porta cinzenta, que se abre e deixa ver um vão sombrio.
Sou atirado para essa divisão apertada, que tem uma janela com grades.
Esta janela é estilo bandeirola estreita.
A porta fecha-se.
- E tiveste medo?
- Não tive tempo de ir além do espanto. Como podia eu estar naquele lugar a meia-luz e com grades, se tinha acabado de estar num espaço amplo e brilhante de luz?
- Era com se te pusessem outra vez de castigo, não era?
- Sei lá eu! Fiquei ali horas e depois ouvi uma voz que me perguntava, do lado de fora das grades da janela, se eu queria deixar ali as minhas fantasias e ilusões, até as minha preocupações…
- Para quê?
- Foi o que eu perguntei, mas apenas repetiu o que já tinha dito ou perguntado.
- E então?
- Então, nada! Abanaram-me e o condutor disse que tinha de voltar e se eu queria ficar sentado no expresso tinha que mostrar ou pagar o bilhete de volta.
E eu saí bem depressinha que já me tinha atrasado!