Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-02-06

Amor desprendido

6 de fevereiro de 2007

Numa casa de vidro entra um homem e outro, muito magro e pálido, e ainda uma rapariga apática.
O primeiro homem cumprimenta os da casa e, seguido pelos outros, vai ver tudo o que pode.

Bisbilhotar, será o termo mais correcto.
A rapariga, envergonhada, quer ficar ali mesmo, na primeira sala.

A dona da casa tem pena dela e oferece-lhe alguns rebuçados ou bolinhos, enquanto espera.
A moça, muito tìmidamente, aceita então um caramelo e nem deita fora o papel.

Enrola-o devagar nas mãos e depois de feito "bolinha", segura-o na mão direita, enrolando-o cada vez mais.
Voltam os homens, satisfeitos por terem dado a volta à casa e deixando os donos algo espantados com o seu procedimento, saem pressurosos.

Ela, no entanto, não se mexeu. E eles voltaram atrás para a vir buscar.
Levaram-na meio arrastada e a dona da casa pediu até para a deixarem ficar.

Mas não foi mìnimamente ouvida.
Só a rapariga lhe sorriu, como em agradecimento. A dona da casa ficou aflita.

Não percebeu nada daquilo. O marido também não.
Não podendo fazer mais nada, envia-lhe, com muito esforço e coragem, um abraço de amor num ramo de flores.
E confirma que ela recebeu tudo. Noutro dia, volta a ver a tal moça, agora sozinha e ao longe, mas reconhece-a.
Consegue enviar-lhe outro abraço cheio de amor, pelo ar.

Desse amor desprendido, por todos os que precisam e que promove a libertação do ser.
Caiu-lhe no regaço e, a seguir, foi ela que se elevou no ar, toda cor-de-rosa e livre.
Enfim livre, para progredir na sua mais completa libertação e evolução.
Esperança sempre na chegada da boa hora para nós.