Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-01-27

O remoinho

27 de janeiro de 2007

Sons, ruídos e músicas. Tudo ecoa no céu, a meio da noite.
Não há estrelas. Há raios e trovões.
De vez em quando aparece uma nuvem de poeira, cheia de electricidade, que ribomba com estrondo.
Num terreno, todo às escuras, está uma espécie de fábrica abandonada.
Do céu parecem cair raios.
A trovoada, aumentando de intensidade, forma um remoinho de raios sobre a dita fábrica.
Como uma coluna, esse remoinho parece apontar para uma determinada ala.
Tudo parece abandonado e silencioso dentro da fábrica.
No entanto, está cheia de gente.
Desde operários das limpezas aos seguranças mais categorizados e vigilantes, por intermédio de sistemas electrónicos muito sofisticados.
Os trabalhadores continuam nos seus trabalhos mecanizados.
A dita ala, para onde se dirige a tempestade, é uma parte do edifício bem diferenciada do resto e divide-se em hospital e celas.
Uma mulher, de certa idade, está com os olhos vendados e foi operada à vista: duas enfermeiras estão ao pé dela, verificando o seu estado por meio de equipamentos.
O remoinho aproxima-se e parece chamar alguns nomes ou então, já são as alucinações e o cansaço das pessoas a quem assim parece.
Os seguranças disparam para o ar mas não conseguem impedir o remoinho e os seus raios que levam tudo à frente, revolvendo todo aquele sítio e transformando as celas em lugares vazios. Completamente vazios e iluminados pelos seus raios, como se fosse meio-dia num dia de sol.
O que era já não é mais... Tudo se transforma!