Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-01-22

Nova aurora

22 de janeiro de 2007

Uma pirâmide com líquido escuro, muito escuro, voava no espaço e ficou suspensa numa espécie de sala iluminada.
A pirâmide rodava sobre si mesma em várias direcções e continuava suspensa no ar.

E rodava, rodava, lentamente...
A claridade da sala começou a iluminar a pirâmide.

As suas arestas agora reluziam em tons prateados.
Mas o líquido era tão escuro que não se percebia se era preto, azul, castanho ou verde azeitona.
De repente pareceu imobilizar-se por um instante.

Mas deve ter sido impressão porque continuou o seu rodar.
Rodando contìnuamente pareceu que outra vez se imobilizava. Era um instante.
Agora tinha a certeza que sim.
De quando em quando, no seu rodar, parava um instante.

E, nesse ínfimo imobilizar, um raio branco trespassava-a bem no centro.
Como se fosse um eixo, mas no sentido paralelo à base.
A base parecia pentagonal ou hexagonal; não conseguia contar bem os lados.
E como continuava a rodar, não era ainda possível ver com exactidão.
Agora imobilizou-se mesmo.

Nem sequer oscila. Está completamente parada.
O líquido escuro está a clarear e... já se pode dizer a cor: é púrpura.
De opaco está a tornar-se translúcido e cada vez mais transparente.

No entanto nada atinge o seu interior pelo exterior. A transformação é de dentro.
Também a claridade da sala mudou de prateado para branco e agora está rosa claríssimo.
A pirâmide agora está transparente, da cor da sala: rosa claro.

Apesar de imóvel, está a fundir-se com a sala.
Como se fosse tudo uma coisa só.

Pirâmide e sala reuniram-se em rosa quase transparente, cheia de lampejos prateados.
Uma nova aurora vai nascer. E um novo mundo?