Amigos
13 de janeiro de 2007
Conversa de manhã no transporte entre rapazes, jovens de 15 a 20 anos.
- Não tenho nem quero ter amigos. São uma chatice e uma desgraça!
- Uma desgraça?
- Sim, estão sempre a combinar almoços ou viagens ou eu sei lá, tudo do que se lembram. E quando não queremos, abancam lá em casa. Ora às vezes quero estar sózinho.
- Pois não percebo lá muito bem como é que se pode viver sem amigos. Não estou a falar desses aí. Esses são mais aproveitadores do que amigos. Estou a referir-me a Amigos. Aqueles que adivinham pela nossa cara que precisamos de ajuda. Aqueles que encontramos regularmente e cada um paga a sua despesa, se houver despesa. Mas a maior parte das vezes até nem há, pois ficamos a conversar onde nos encontramos ou aproveitamos para passear ou jogar à bola.
- Desses não conheço, nem tenho...
- Pois, mas estes fazem parte da nossa vida. Vêm da escola, da vizinhança. Estão na minha vida até hoje. E quando faço alguma coisa fora de casa, combinamos e vamos juntos, o que torna as coisas mais agradáveis. No outro dia, fui tirar análises e até ficava mal ir com a minha mãe, embora não me faltasse vontade. Combinei e fui com dois amigos, logo às 8 da manhã. Levantaram-se cedo para me acompanhar. Não precisavam, foi só por amizade. E soube-me muito bem.
- Pelo que dizes até gostava de me juntar ao vosso grupo.
- Por mim... podes vir amanhã ao nosso jogo. É no campo do jardim, logo de manhã, às 9 horas. Um jogador a mais dá sempre jeito.
Quanto à amizade, essa vem com o tempo e "faz-se" sentindo-a. Não se pode marcar tempo para o sentimento.
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