3 de janeiro de 2007
É assim! Há dias azuis e dias negros.
Os negros servem para darmos mais valor aos azuis, que hão-de voltar.
Isto porque tudo é circular ou ondulante nesta vida.
Por outras palavras: o que vai, volta, e o que vem, há-de ir outra vez.
Alguém comparou a vida às ondas do mar.
Ora estamos na sua espuma e somos enrolados quando menos se espera, ora mergulhamos e caímos de chapa no chão - de areia ou rochas - conforme a nossa incapacidade.
Deve ser especial para surfista, mas a comparação é perceptível.
A diferença maior é que, como os surfistas, há quem goste.
E há quem se isole com pena de si próprio, em angústia e dor.
Maior dor é, contudo, não viver o melhor que se puder.
Vemos pessoas abnegadas de amor, que se sacrificam constantemente pelos outros e têm sempre um sorriso reconfortante no rosto.
Será delas esta vida e outra maior (para os que acreditam) em liberdade.
Liberdade no sentido de libertação dos seus interesses, libertação de si mesmos; das dores e desgostos, como se estivessem a planar suavemente pela vida e nada os atingisse.
Ou a liberdade de que nada do que acontece os interessa, a ponto de viverem os dias simplesmente à espera que tudo acabe... um dia?
De qualquer modo, se calhar o mais importante é a liberdade perante os interesses desta vida.
Liberdade de poder optar pelo que julgam melhor, sem fazer contas aos seus interesses, mas apenas pela moral dos seus sentimentos e emoções.
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