Momentos
28 de dezembro de 2006
Ele passeia com o seu casaco curto, cabelos brancos tapados por um boné quando chove ou faz nevoeiro.
Todos os dias faz a mesma estafeta, duas vezes.
O passo é de passeio simples mas o trajecto é longo.
Das primeiras vezes, vinha algo trôpego.
Agora o passo não é mais rápido até porque a intenção não é andar mais rápido, mas é mais ágil, lá isso é!
Não conversa com ninguém, sempre a direito, sem paragens.
Dá uma volta pela manhã e outra a seguir ao almoço.
São os seus momentos. Dele próprio com os seus pensamentos.
Gosta de ouvir o silêncio dentro de si. Gosta de se sentir.
Saber conscientemente dos seus sentimentos.
Se fez, durante esse dia, o que acha que deveria ter feito.
Se tomou as decisões que acha que deveria ter tomado.
Se disse apenas o que deveria ter dito.
Se ouviu e entendeu o que lhe quiseram dizer.
Se compreendeu quem dele se abeirou.
Se tratou com cordialidade aqueles que não lhe são simpáticos, por qualquer razão que até desconhece.
Mas é assim que acontece para alguns, olha-os e tem vontade de virar a cara noutra direcção.
Se tratou com carinho aqueles que lhe são queridos.
Se teve tempo para todos os que se cruzaram no seu dia.
Se agiu como gostaria de ter vivido esse dia.
E desse dia para todos os outros.
Já não sente tempo em si para ser diferente.
Sente que é tempo de ser igual a si mesmo, em harmonia com as suas convicções.
Simplesmente - é tempo de si...
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