Escritos de Eva

Aqui Eva escreve o que sonha e - talvez - não só. Não tem interesses de qualquer tipo nem alinhamento com sociologias, política, religião ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Estes escritos podem servir de receita para momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Alguns poemas ou textos... Algumas imagens ou fotos... Mulheres e homens, crianças e idosos podem ler Eva e comentar dando a sua opinião.

2007-01-16

Feridas

16 de janeiro de 2007

Feridas, infecções e ligaduras.

O tratamento correcto, tudo se cura e a pele renova-se.
As feridas da mente já não são tão fáceis de tratar e muito menos de renovação.
Parece que fica sempre algo na memória que atraiçoa.

Sempre que aparece uma situação com um pormenor de semelhança com um acontecimento traumático ou alegre, a memória actua.
O que é fantástico é que actua até do inconsciente.
E o tempo é como se não existisse.
Ideias recalcadas, acontecimentos completamente esquecidos e, no momento da coincidência entre um passado e o presente, elas surgem como por encanto.

Em toda a sua força ou esplendor.
E a vida fica por vezes comprometida em demasia.

Porque se há quem tenha adquirido a justa medida das lembranças.
Há ainda quem se deixe arrebatar completamente por elas.
Todos os dias, são as nossas rotinas que actuam protegendo-nos inconscientemente destas investidas.

Enquanto seguimos pontualmente o que devemos fazer dos nossos propósitos ou compromissos.
Mas os acontecimentos que fogem a estas rotinas são ocasiões propícias à reacção de sentimentos adormecidos.
Quando são alegres, é bom determo-nos nessas lembranças.
Quando são traumatizantes, é bom defendermo-nos.

E, observado o aviso da recordação para não cair novamente no mesmo erro, é bom racionalizar a recordação sentida para poder seguir em frente.
Se a vida prossegue, também a oportunidade tem que ter lugar para ser acompanhada de felicidade.

Nós devemos velar, então, para dar lugar à nova oportunidade de nos sentirmos felizes.