Mudanças
17 de janeiro de 2007
Obras e tilintares. Mais barulho de máquinas, areias e cimentos.
- Há uns dias tiraram tudo e parecia que iam mudar-se. Hoje, pelo contrário. Com estas obras vão mas é ficar.
- Pois vão, pois vão!
- Eu gosto deles. São bons vizinhos. Ao fim de semana nem estão e, durante a semana, animam isto.
- Sim, eu não gosto de mudanças. Antes assim que aquelas trapalhadas todas.
- Quais trapalhadas?
- Aquelas todas que as alterações das mudanças trazem.
- Oh! Então... e deixam-se ficar mal apesar de precisarem de mais espaço?
- Pois eu prefiro não me mexer a...
- A progredir, porque é cansativo e moroso.
- Bom, dito assim, parece uma tolice, lá isso parece...
- Ó mulher, acorde! Acorde para a vida inteirinha que ainda não viu. Está toda aí e você esconde-se! Esconde-se de quê?
- Olhe, estou farta de trabalhar e trabalhar para mais nada do que ficar cansada.
- Olhe! digo eu. Afinal eles vão embora! As obras eram para desfazer e voltar a pôr os muros como estavam.
- No fim disto tudo, eles vão embora e eu estou cheia de dúvidas. Conseguiu que sentisse a melancolia do estagnar.
- Ora aí está uma utilidade no dia. O seu acordar para o seu futuro.
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