O gosto da comida
19 de janeiro de 2007
Uma sopa a fazer. Faz calor só de chegar perto.
Um chouricito às rodelas dava jeito, oh! se dava.
Hora de almoçar.
É nesta altura que as grávidas enjoam e já não almoçam, com tantos odores misturados no ar.
É nesta altura que os gorduchos se despacham e os cheiros despertam o seu apetite.
Até os magricelas se mexem na direcção da comida caseira. Ou não...
Somos de hábitos, pois é sabido que à hora de almoço, vamos almoçar.
- Felizes os que têm comida e fome para a comer. Revelam que têm para viver e saúde para gozar essa vida.
- Pronto, lá estás tu a tornar as coisas sérias e, até, dramáticas.
- Sou sério, não sou sisudo. Gosto de pensar nas coisas, pois gosto. E depois?
- Depois, a comida já está a saber a palha.
- Palha porquê? Espera, nem quero saber da comparação...
- Porque não tens confiança, simplesmente. Almoça e pronto! Toma o gosto. Simplesmente! O gosto da comida no prato. Não compliques. Simplesmente, come!
- Então eu é que complico e tu dizes que almoçar é uma prova de confiança! Confiança em quê?
- Confiança na vida, no dia que traz outro dia...
- E que tem isso a ver com o almoço? Olha, já acabei, e tu... ainda vais aí?
- Confiança que as coisas têm todas um lugar próprio. Por alguma razão há lugares em guerra. Desfrutemos a nossa paz. É preciosa. Não é para complicar com pensamentos...
- Mas eu, por acaso, complico alguma coisa?
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