A dádiva e o tesouro
20 de janeiro de 2007
Num dia estava óptima, no noutro acordou zonza e deprimida.
Dormiu mal, disse. Mas achámos que o aspecto não era só disso.
Esperámos mas passou o dia tristonha e abatida. Nada mais.
No dia seguinte gemia de dores e tinha febre.
- Alguma gripe dessas, esquisitas, que andam por aí. Até se morre delas, se não se vai a tempo!
- Qual tempo, qual nada! Morrem porque são gripes desconhecidas e sem remédios!
- Olha que não é só gripe! É alguma infecção!
- Tenho que ir ao médico.
Horas e horas. Finalmente, após dezenas e dezenas com os mesmos sintomas, lá foi diagnosticada a doença e os remédios mais apropriados.
- Agora, cama e caldos!
Então, mais sossegada das dores, lá ficou a dormir.
- Acorda! É para os remédios!
Febre, enjoos, dores. Um corpo prostrado.
- A doença é um horror.
- Horror é mas, no teu caso, serve para dares mais valor à saúde e cuidares mais de ti, quando te sentes bem. Estar atenta aos sintomas (sem o desvario da mania das doenças) é bom e útil. Os sintomas já tinham que estar há dias. Porque não ligaste?
- Estou habituada a estar bem.
- Já te disse que a vida é como as ondas do mar. Ora vêm altas, ora baixas, ora ondulam mansamente ou não.
Dar significado aos nossos dias é uma preciosidade.
A vida é uma dádiva. A saúde o seu tesouro.
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