Teilhard de Chardin # O Meio Divino
3 de setembro de 2006
O processo que seguiremos na nossa exposição será muito simples. Visto que, no campo da experiência, a existência de cada homem se divide adequadamente em duas partes, a saber, o que ele faz e o que ele sofre, focaremos alternadamente o campo das nossa actividades e o campo das nossa passividades.
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Das duas metades ou componentes em que se pode repartir a nossa vida, a primeira, pela sua importância visível e pelo valor que lhe atribuímos, é o campo da actividade, do esforço, do desenvolvimento,. Como é sabido, não há acção sem reacção. Também é sabido que não há nada em nós que na sua origem primitiva e nas suas camadas profundas não esteja, como diz S. Agostinho, «in nobis sine nobis» : (em nós sem nós).
Segundo parece, quando actuamos com mais espontaneidade e vigor, somos em parte levados pelas coisas que julgamos dominar. Além disso, a própria expansão da nossa energia (por onde se atraiçoa o núcleo da nossa pessoa autónoma) não é no fundo senão a obediência a uma vontade de ser e de crescer, cujas variações de intensidade e cujas infinitas modalidades não dominamos. No começo da segunda parte voltaremos a tratar das passividades essenciais, umas imiscuídas no cerne da nossa substância, outras difundidas na acção vária de conjunto das causas universais, a que nós chamamos «a nossa natureza», ou «o nosso carácter», ou «a nossa boa ou má sorte».
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